Jornada pelo Conhecimento

As 5 Etapas da “Jornada da Gasolina”

Descubra a o “caminho” percorrido entre a descoberta de uma reserva de petróleo e a distribuição do combustível

Há pouco mais de quinze anos, nós, brasileiros, assistíamos à descoberta daquela que iria se tornar a mais importante província petrolífera em águas profundas da indústria: o pré-sal. Era a vitória da persistência sobre desafios aparentemente intransponíveis impostos pela natureza. Afinal, explorar reservatórios até então desconhecidos, nas profundezas do oceano, em condições únicas de temperatura e pressão, a 300 km da costa, estava longe de ser trivial. 

O pré-sal foi uma conquista alcançada à base de avanços tecnológicos impressionantes e pioneiros, que ampliaram as fronteiras do conhecimento em águas profundas e ultraprofundas.  E todo o expertise técnico não se faz presente apenas na descoberta da jazida, mas se estende a todas as fases da jornada do petróleo: do desenvolvimento do campo, produção, passando pela logística, refino, até chegar à distribuição do combustível. 

Mas você sabe o que está por trás de cada uma dessas etapas? Você tem ideia das engrenagens que movem desse verdadeiro empreendimento tecnológico, que envolve pesados investimentos? Vem com a gente descobrir!

1-    Caça ao tesouro: explorar uma área demanda o uso das mais sofisticadas tecnologias de IA e supercomputadores de alto desempenho

A gasolina vendida hoje inicia sua jornada vários anos antes: nada acontece sem muito estudo e avaliação técnica. Tudo começa quando se adquire uma área exploratória nova. Esse trabalho se apoia numa massa gigantesca de dados geofísicos e geológicos que vai nortear o trabalho dos exploracionistas para encontrar petróleo. 

O esforço exploratório consiste, de forma bem simplificada, no trabalho de prospecção, perfuração e identificação das áreas petrolíferas. Para apoiar essas atividades, os geocientistas contam com o auxílio das mais avançadas tecnologias, incluindo um conjunto de supercomputadores de alto desempenho com capacidade de processar um grande volume de dados – equivalente ao poder computacional, em média, de 1,5 milhão de smartphones. 

A inteligência artificial (IA) é outra tecnologia que abre caminho para as conquistas exploratórias. Além de aprimorar a resolução das imagens sísmicas, a IA vem permitindo a construção de soluções geológicas orientadas aos dados, nos revelando com maior exatidão as características dos reservatórios e de como os fluidos se movimentam lá dentro. E isso tudo em muito menos tempo: enquanto uma interpretação manual dos dados durar meses, a tecnologia tem o poder de reduzir este tempo de entrega para poucos dias. 

2-    Desenvolvimento da Produção: aqui o desafio é conceber o projeto de produção mais adequado às características do campo

Caso sejam encontradas reservas, há o desafio de desenvolver a área descoberta, instalando equipamentos submarinos e unidades offshore a centenas de km da costa em águas profundas e ultraprofundas. E você tem ideia do gigantismo das plataformas de produção, que integram esse complexo aparato tecnológico? Elas podem pesar o equivalente a até 240 Boeings 747 – e ter a largura de até 3 campos de futebol!

Essa etapa é chamada de desenvolvimento da produção, que demanda a concepção do tipo de plataforma mais adequada para o campo,  envolvendo ainda uma vasta gama de fornecedores, que empregam capital de risco nessa complexa empreitada.


3- Produção: plataformas que produzem, armazenam e transferem petróleo. 

Com tudo pronto e instalado, um novo desafio de proporções monumentais se impõe: operar dia após dia um ativo de produção, dentro dos mais altos padrões internacionais de segurança, com capacidade de processar grandes volumes de petróleo e gás.

As plataformas de produção predominantes no nosso país são do tipo FPSO, próprias para grandes campos e mais adequadas para o cenário de águas profundas. Elas entram em cena quando o campo já descoberto está preparado para produzir. São elas que, de fato, extraem o petróleo do fundo do mar, interligadas a poços produtores por meio de tubos flexíveis (os chamados “risers”). Em seguida, levam o óleo à superfície, onde é separado dos demais componentes, como água e gás.

As unidades de produção são apenas a “ponta do iceberg” de um sofisticado aparato tecnológico, que configura os chamados “arranjos submarinos”. Nas profundezas do nosso oceano, uma verdadeira cidade submarina funciona 365 dias por ano e 24 horas por dia. No lugar de prédios, casas e carros, a gente encontra um vasto mundo de tubulações, risers, árvores de natal molhadas, ancoragens, estacas e um conjunto abrangente de equipamentos – monitorados em tempo real, o tempo todo, como numa espécie de Big Brother submarino, dentro dos mais rigorosos padrões internacionais técnicos e de segurança. 

4- Transporte e logística: operamos malha de oleodutos e gasodutos de 14 mil km de extensão (equivalente à distância entre Rio de Janeiro a Melbourne)

Para fazermos com que o petróleo do fundo do mar chegue às pessoas em forma de energia, precisamos de uma logística bem estruturada. É ela que vai permitir que, todos os dias, operadores e materiais cheguem às plataformas. Também é ela que garante que nossa rede de oleodutos funcione com integração e segurança por quase 8 mil km e que a gente navegue mais de 2 milhões de milhas náuticas por ano.

E para atuamos no transporte e no armazenamento de diversos produtos, o relacionamento com a nossa subsidiária Transpetro é fundamental. Com ela, operamos uma malha de oleodutos e gasodutos mais de 14 mil km, navios-petroleiros próprios ou afretados e terminais terrestres e aquaviários, onde armazenamos os produtos antes de irem para as refinarias ou serem exportados.

5- Refino: aqui o desafio é garantir a produção de combustíveis de melhor qualidade

Nas refinarias, o petróleo é separado em frações de gasolina, diesel e gás de cozinha, dentre outros derivados. Ali, o petróleo passa por três etapas básicas de refino: separação, conversão e tratamento.

Na separação, o petróleo é aquecido em altas temperaturas até evaporar. Esse vapor volta ao estado líquido conforme resfria em diferentes níveis, dentro da torre de destilação. Em cada nível, há um recipiente que coleta determinado subproduto do petróleo, sendo um deles, a gasolina.

As partes mais pesadas do petróleo seguem para conversão, quando são convertidas em moléculas menores e dão origem a subprodutos, incluindo a gasolina. Isso aumenta o aproveitamento do petróleo e, na etapa final, entre as ações realizadas, é feita a retirada de grande parte do enxofre e do combustível produzido.

Dessa forma, é garantida a produção da gasolina com ultra baixo teor de enxofre. Essa gasolina, conhecida como tipo A, sai das refinarias para as distribuidoras de todo o Brasil, responsáveis por fazer chegar cada um dos produtos aos consumidores finais. 

As 5 Etapas da “Jornada da Gasolina”
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