O ditado “é fazendo que se aprende a fazer” é antigo, mas faz poucos anos que algumas escolas passaram a levá-lo ao pé da letra. Elaborar projetos científicos multidisciplinares dentro da sala de aula vem ganhando mais força à medida que o desenvolvimento econômico e tecnológico demanda soluções criativas para problemas do mundo real.
Ao unir disciplinas para encontrar essas resoluções, especialistas em educação passaram a utilizar o termo “STEM”, em inglês, haste, caule, tronco — algo que conecta duas ou mais coisas e cria uma relação de causa e efeito entre elas. A palavra também pode ser lida como sigla para Ciência (science, no original), Tecnologia, Engenharia e Matemática.
Quer saber mais sobre como esse método tem mudado o ensino e o mercado de trabalho? Confira a seguir:
MOVIMENTANDO O SABER CIENTÍFICO
A expressão STEM passou a ser usada no fim dos anos 1990. A proposta era definir padrões para o ensino das disciplinas de Ciências Exatas e Biológicas dentro dos sistemas educacionais. Na prática, significa aproximar a ciência dos alunos por meio de projetos práticos realizados de forma coletiva dentro da escola. Para um projeto ser desenvolvido, portanto, os alunos exercitam a capacidade criativa e a colaboração, compartilhando o conhecimento.
CURIOSIDADE PARA APRENDER
No livro The Case for STEM Education: Challenges and Opportunities (2013), Robert W. Bybee afirma que o método tem como proposta gerar uma força de pesquisa e desenvolvimento voltada para a inovação. Partindo disso, é preciso fortalecer nos estudantes habilidades como curiosidade, capacidade para fazer perguntas, determinação para encontrar respostas e disposição para chegar a conclusões baseadas em fatos e evidências, transformando, assim, problemas da vida real ao interligar as disciplinas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática.
GANHOS NA PRÁTICA
O que, de fato, os estudantes fazem ao unir essas disciplinas em um único projeto? Desde o início de 2016, alunos de uma escola tradicional em São Paulo já projetaram helicóptero, carrinho movido a vinagre e bicarbonato de sódio, maquete de casa inteligente e diversos outros experimentos. É como uma feira de ciências que dura o ano inteiro e muda a relação dos jovens com as disciplinas que antes eram motivo de preocupação entre eles. O colégio até já exportou o modelo: em junho de 2017, professores e gestores de outras 25 escolas do Brasil foram aprender com eles a levar o STEM para o dia a dia.