Se alguns nascem já com objetivos de recreação, como diversos esportes dos esportes com bola, outros nascem da transformação em competição organizada de atividades naturais para o homem, como correr, nadar ou saltar.

E um grande exemplo disso é o tiro com arco, que hoje é um esporte mas, quando surgiu na história humana, não tinha como objetivo ganhar medalhas ou bater recordes, mas sim obter alimentos ou mesmo garantir a sobrevivência diante de predadores.

Arqueiros da antiguidade

As mais antigas evidências do uso de arco e flechas são da chamada "Idade da Pedra Lascada", com pontas de flecha feitas de pedra e ossos e datadas entre 72 mil e 60 mil anos atrás, no território onde hoje fica a África do Sul. Milênios depois, arqueiros vieram a surgir na Europa, com outros fragmentos de flechas datados em aproximadamente 17.500 anos encontrados na Alemanha e até mesmo no corpo de um urso, na Suíça.

Mas o que começou como forma de obter alimento e proteção rapidamente se tornou uma arma para outro tipo de conflito, com o uso militar do arco e flecha por parte de diversas civilizações clássicas, como egípcios, assírios, gregos, armênios, persas, romanos, indianos, chineses e japoneses, que possuíam grande número de arqueiros em seus exércitos.

Porém, com a invenção, por volta dos anos 700 D.C, das armas de fogo pelos chineses, cada vez mais, países perceberam que é complicado combater com flechas um inimigo que está disparando balas, e o arco foi deixando de ser uma arma e, cada vez mais, se tornando um esporte.

Era moderna e jogos olímpicos

Com isso, já por volta do século XVI, começaram a ser realizadas competições oficiais de tiro com arco na Europa, com os próximos séculos sendo marcados por uma maior organização do esporte, com a fundação de uma Associação Nacional de Arqueirismo nos EUA em 1879, e a organização do 1º Campeonato Inglês de Tiro com Arco em 1884.

Nada mais natural então do que o esporte já estar presente na segunda edição dos Jogos Olímpicos da era moderna, com sete eventos da modalidade nos jogos de Paris, em 1900. Porém, a história do tiro com arco nas olimpíadas é conturbada, com a modalidade sendo disputada até 1920, mas passando 52 anos ausente por conta de disputas entre diferentes federações e diversos regramentos, retornando apenas nos jogos de Munique, em 1972, quando foram adotadas em definitivo as regras da FITA, Federação Internacional de Tiro com Arco.

No Brasil, o esporte chegou oficialmente - já que não se pode negar a proficiência dos nossos povos nativos no uso do arco e flecha - na década de 50, sendo fundada em 1958 a Federação Metropolitana de Arco e Flecha, no Rio de Janeiro. Em 1980, o arco brasileiro participou pela primeira vez dos Jogos Olímpicos, em Moscou, e apenas em 1991 nasceu a Federação Brasileira de Tiro com Arco.

Sai a pena de peru, entram o alumínio e o carbono

E se o tiro com arco da antiguidade era uma necessidade de sobrevivência, usando recursos escassos e flechas feitas a mão com penas de animais, hoje o esporte se desenvolveu em termos de regras, organização e tecnologia.

Hoje o tiro com arco olímpico consiste em três campos, com alvos a diferentes distâncias (30m, 50m, 70m e 90m no masculino; e 30m, 50m, 60m e 70m no feminino), onde podem disparar séries de 36 tiros em um alvo dividido em 10 setores, com pontuação mais alta de acordo com sua proximidade do centro do círculo.

O arco, recurvo, é feito de aço, fibra de vidro, madeira ou plástico, enquanto as flechas normalmente são de alumínio, com ponta de aço. O vencedor? O arqueiro com a pontuação mais alta.

Um novo Robin Hood surge no Brasil

Ainda que a trajetória do Brasil na modalidade ainda seja recente, um grande nome do país já desponta no cenário mundial. É Marcos D'Almeida, que não apenas obteve nos Jogos de Tóquio o melhor desempenho de qualquer brasileiro no tiro com arco numa olimpíada como foi vice-campeão mundial da modalidade em 2021 e este ano lidera o ranking mundial da modalidade, algo também inédito para um atleta brasileiro.

E é um orgulho pra nós ser parte dessas conquistas, já que Marcus é atleta do Time Petrobras e conta com nosso patrocínio para ir ainda mais longe e conquistar mais e mais medalhas.

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