Orgulho é um sentimento de prazer, de grande satisfação com o próprio valor, com a própria honra. Amor próprio. Estima que cada pessoa tem de si mesma como merecedora de respeito ou consideração. Autoestima. Dignidade.
Ricardo tem orgulho de ser quem é. Geólogo com mais de 40 anos de empresa, hoje ele trabalha em um programa que tem a ambição de viabilizar 20 bilhões de barris de óleo equivalente de novas reservas da Petrobras até 2030.
Convidamos o Ricardo para compartilhar um pouco da sua história de orgulho LGBTQIA+.
“As pessoas acham que é fácil se expor. Não é. Não me sinto feliz e contente por estar me expondo, mas me exponho, do alto dos meus cabelos brancos, para mostrar que as coisas nem sempre foram assim e que existe esperança de que as coisas melhorem. É preciso saber o que aconteceu no passado e comparar com o que está aqui no presente. Então esse é o meu movimento, a minha motivação na atualidade. Eu conto algumas histórias para os meus colegas gays mais novos e eles quase não acreditam que aquilo acontecia. Uma vez perguntei pra um deles: ‘Você nunca sentiu pressão nenhuma, não se sentiu discriminado? Ele disse que não. E eu falei: graças a Deus, né?’
No passado eu sonhava... Um dia vai ter uma doutora trans dentro da empresa, que vai arrasar! Ela vai ser tão boa que todo mundo vai ter que parar de ter preconceito por conta da capacidade técnica dela. Olha, era um sonho. Uma imaginação que eu tinha, sabe? E eu estou vendo as coisas acontecerem. E o melhor é que eu não saí da empresa ainda. Vou completar 65 anos de idade no ano que vem e eu estou vendo coisas que eu imaginava, no fundo do meu ser, que elas deveriam acontecer, porque era a forma igualitária de você ver a sociedade, né? E as coisas estão acontecendo realmente. Não sei, parece uma catarse. Parece que a gente está evoluindo 100 anos em um.
Hoje nós estamos numa fase em que a gente troca muita informação dentro da Petrobras. Nós temos grupos internos para disseminar informações e as atividades ligadas ao ativismo. A gente se conhece mais, e isso me faz sentir ainda mais envolvido para trabalhar em prol principalmente das pessoas trans. É uma gana de querer tentar ajudar e achar até que pode resolver o problema de muita gente.
E o resumo da minha vida e em poucas palavras é esse daí. Eu estou nessa vontade de viver. Eu sou muito feliz com minha família, me considero uma pessoa realizada, porque eu tenho uma família muito legal, apesar dos problemas. E esse ativismo de hoje em dia, acho que parece que vem complementar. É uma história de vida que estava faltando. Eu não podia deixar de passar essa minha experiência de vida.
É essa mensagem que eu gostaria de deixar: a da participação cidadã. Que todos possam desenvolver a cultura do respeito às diferenças. Que não se calem diante de injustiças claras ou veladas que porventura venham a vivenciar ou presenciar. Que participem e interajam coletivamente para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária”.
Sabemos que é um longo caminho que é preciso percorrer para tornar a inclusão mais abrangente e efetiva, significando não somente a participação de todas as pessoas - independente de gênero ou orientação sexual - mas a criação de um ambiente seguro e respeitoso para todos.
No âmbito corporativo, temos possibilitado a inclusão do nome social do empregado ou empregada transgênero no cadastro interno, além de atualização de nome e sexo, caso já tenha efetuado as mudanças no registro civil. Desde 2018, o uso das instalações (banheiros, vestiários e camarotes) pode ser feito conforme identidade de gênero para empregados e empregadas trans. Atualmente estamos divulgando uma cartilha inédita sobre diversidade sexual, com dados e histórico de conquistas legais relacionados ao tema. Acesse aqui!