No início dos anos 60, Rosie, de Os Jetsons, era um sonho: o robô da família fazia todo o trabalho de casa e também ajudava como babá. Nos anos 70, os robôs da franquia Guerra nas Estrelas, C-3PO e R2-D2, eram leais aos amigos em suas aventuras intergalácticas. Mais recentemente, em 2008, WALL-E, do filme de animação norte-americano do mesmo nome, limpava o planeta do lixo deixado pelos humanos no futuro. Esses são alguns exemplos de robôs que sempre encantaram e despertaram o interesse de crianças por essas máquinas.
Agora, crianças de escolas públicas de Mossoró, no Rio Grande do Norte, têm a chance de experimentar ao vivo o que antes só poderiam fantasiar a partir do que viam na TV e no cinema: a interação direta com robôs, que tem como um de seus maiores benefícios estimular o interesse de nossos jovens pela ciência.
Com o objetivo de melhorar o aprendizado de crianças e jovens de cinco escolas públicas por meio de inclusão digital, foi criado o projeto Robot em Ação, patrocinado por nós e executado pela Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa). Com a iniciativa, estão sendo oferecidas aulas de robótica educacional, por meio de kits de jogos de encaixe, para crianças e adolescentes que nunca tiveram acesso à tecnologia de programação.
“Atuamos com crianças a partir de cinco anos até jovens de 21. As atividades variam de acordo com a idade, sendo que buscamos, através da robótica, envolver principalmente estímulo ao raciocínio lógico, à coordenação motora e ao trabalho cooperativo”
explica Gabriel Gadelha, professor do curso de Ciência da Computação da Ufersa e coordenador geral do projeto.
“Além da programação, a robótica necessita de habilidades motoras para construção dos robôs. Dessa forma, os alunos foram estimulados em jogos como “adedanha” usando massa de modelar, encaixe de peças em cartões com instruções para atividades de algoritmo sem o uso de computadores, além de aulas de técnicas de montagem dos robôs utilizando o kit da Lego, usado no projeto para realização das principais atividades de robótica”
conta Gabriel Gadelha.
Os kits são equipados com um controlador programável (CPU) que tem entradas para comunicação com sensores e motores. Esse controlador também tem uma pequena tela de LCD e alguns botões que permitem realizar algumas configurações e escolher os programas nele armazenados. Também há comunicação do controlador com o computador por cabo ou bluetooth. Tanto o controlador quando os sensores e motores possuem interfaces para encaixe nas peças tradicionais de Lego. Dessa forma, os kits também trazem várias peças de plástico, algumas específicas para robótica como “vigas” em vários tamanhos e “encaixe para ligação entre vigas”, para construção dos robôs.
“Com os kits podemos montar um robô para praticamente qualquer problema, estando limitados apenas pela criatividade e quantidade de peças, que são encaixáveis permitindo “modelar”, por exemplo, carros, humanóides, animais e equipamentos industriais. Adicionalmente, podem se integrar sensores que podem “dar vida” às nossas criações. Eles são capazes de captar algum evento do ambiente e enviar para a CPU do robô. Já os motores podem ser acionados para realizar alguma ação a partir dos valores dos sensores ou outras ações programadas. Assim, os mais diversos problemas, das mais diversas disciplinas, podem ser aplicados na robótica educacional”
explica Sílvio Fernandes, doutor em Sistemas e Computação e coordenador do grupo Pensare (Projeto de Ensino Através de Robótica Educacional) da Ufersa.
Os kits usados no projeto são o LEGO EV3, que podem ser vistos aqui.
O projeto deverá beneficiar 960 crianças e adolescentes de cinco escolas públicas de Mossoró, sendo duas da zona rural. Os alunos recebem alimentação balanceada, com acompanhamento de nutricionista, além de todo o material necessário para execução das atividades, como camisetas, mochilas e canetas.
“O patrocínio da Petrobras é fundamental, pois somente por meio desse apoio e da confiança depositada na instituição foi possível iniciar o projeto”
afirma Gabriel Gadelha. A iniciativa também oferece oficinas de iniciação musical e atividades esportivas. Saiba mais na página do projeto.
Robótica educacional
A robótica educacional pode ser um meio divertido para fazer uma criança se interessar pelos assuntos de STEM (Science, Technology, Engineering and Mathematics, da sigla em inglês). Por ser uma ferramenta multidisciplinar e interativa, desperta a criatividade e auxilia as crianças a desenvolverem habilidades como capacidade de solucionar problemas e facilidade de trabalhar em equipe. Construir um robô também trabalha os conceitos mais importantes da ciência: a observação e a experimentação.
“Na primeira infância pode melhorar a coordenação motora, ajudar em habilidades manuais, podendo influenciar positivamente na escrita. Também melhora as habilidades relacionadas ao raciocínio lógico, o que ajuda na resolução de problemas por meio do pensamento computacional, ou seja, definir passos claros e objetivos sem dubialidade em diversos subproblemas. O pensamento computacional não está relacionado exclusivamente à programação, de modo que pode ajudar a construção de pontos de vistas argumentativos para uso em qualquer assunto”, explica Sílvio Fernandes.
Relacionamento com a comunidade
Das cinco escolas participantes do projeto social, três são de ensino fundamental, sendo duas na área rural. São atendidas comunidades que se localizam próximas às nossas instalações operacionais na região, como também áreas de oleodutos no entorno dessas escolas, onde existe a necessidade periódica de levarmos informações sobre a segurança das instalações da companhia e dos riscos operacionais a essas comunidades.
“O interesse em desenvolver esse escopo de trabalho vem da oportunidade em oferecer conhecimento sobre robótica e suas soluções tecnológicas para escolas municipais no entorno das nossas operações. Segundo Rosilene Silva, gerente setorial de Integração Regional e Relacionamento Comunitário na região Nordeste, a companhia construiu sua identidade na região como uma empresa que desenvolve e opera com alta tecnologia e sustentabilidade”.
A gerente de Programas Sociais da companhia, Marcela Souza, explica que “projetos como esse estão alinhados com o incentivo da Petrobras para iniciativas educacionais que envolvam STEM e o desenvolvimento de crianças e adolescentes, por meio de uma aprendizagem criativa”.
“Projetos como esse estão alinhados com o incentivo da Petrobras para iniciativas educacionais que envolvam STEM e o desenvolvimento de crianças e adolescentes, por meio de uma aprendizagem criativa”.