Já imaginou um único banco de dados com memória de 10 petabytes – equivalente à capacidade de 2,3 milhões de DVDs que, empilhados, teriam a altura de seis Corcovados? Parece ficção, mas não é. A partir desse sistema potente, nossos técnicos desenvolveram uma nova ferramenta de inteligência artificial batizada de “Painel de Análogos”, que não só utiliza parte dos dados disponíveis nesse super banco, como também desenvolve modelos matemáticos próprios que permitem encontrar padrões e semelhanças entre diferentes classes de informações.  

 Com essa nova tecnologia, vamos aumentar a eficiência das nossas atividades de exploração e produção, além de reduzir riscos e custos. Ao criar uma interface única com os diversos dados de reservatório da empresa, o painel é capaz de auxiliar na identificação de propriedades de jazidas sobre as quais não temos informações detalhadas, a partir do conhecimento acumulado dos nossos campos. Uma verdadeira alavanca de geração de valor para nossas operações.   

Tecnologias de transformação digital 

 Para aumentar a previsibilidade da nossa curva de produção, precisamos estudar com profundidade a geologia da área e  estimar, com base em todas as informações disponíveis - o quanto de petróleo conseguiremos extrair do campo. São informações que vão desde imagens sísmicas, dados de laboratório de rocha e fluido, testes de produção, entre outras. 

 É a partir da análise do grau de similaridade entre os reservatórios que já operamos que vamos descobrindo como podemos melhorar nossa estratégia de desenvolvimento do campo e, assim, ampliar nossas reservas. 

 Exemplo disso ocorre quando adquirimos uma nova área a ser explorada. Para isso, usamos o nosso gigantesco banco de dados para compará-la com outras áreas que sejam similares e já conhecidas dos nossos especialistas. E não é pouca coisa: imagine a quantidade de dados que adquirimos em atividades de perfuração de poços ao longo de 67 anos de história?  

 Para extrairmos o máximo de valor dessa montanha de dados e informações, o Painel de Análogos reúne as mais avançadas tecnologias de inteligência artificial. São soluções que vão desde métodos de estatística multivariada para identificação de grupos de análogos, até algoritmos de deep learning – que consiste em técnicas sofisticadas de aprendizagem, pela máquina, de padrões em imagens e inferência de propriedades a partir desse reconhecimento.   

 Criado pelos técnicos das nossas áreas de Reservatórios, Exploração, Centro de Pesquisas (Cenpes), Tecnologia da Informação e Transformação Digital,  o painel utiliza métodos ágeis de colaboração e desenvolvimento de produtos. Além disso, reúne de forma intuitiva e clara o máximo das informações que temos em uma só interface, possibilitando que nossos especialistas tenham totais condições de otimizar o tempo e a qualidade dos estudos dos novos campos.   

 Inteligência artificial  

 Para tornar tudo isso possível, estamos investindo maciçamente em algoritmos de inteligência artificial. São eles que possibilitarão o processamento do grande volume de informações de diversos tipos e com diferentes níveis de complexidade. Além disso, com técnicas de deep learning, o processo para identificar padrões nos dados tornará a modelagem de reservatórios mais eficiente e com maior qualidade.    

 Nesse processamento, contamos com o supercomputador Santos Dumont, um dos maiores em capacidade da América Latina. Com seu alto desempenho, é capaz de processar um volume de até quatro quatrilhões de operações matemáticas por segundo (ou quatro PFlops), o equivalente à potência computacional gerada por quatro milhões de laptops típicos, dessa maneira tornando viável o uso de deep learning para reconhecer os padrões nos diferentes tipos de informações disponíveis no banco de dados e utilizá-los de forma adequada nas nossas atividades de modelagem geológica. 

Geração de Valor  

 O painel é uma das frentes do nosso programa estratégico batizado de “CÉOS”, criado para desenvolver os melhores modelos de reservatórios já construídos na indústria mundial de petróleo e gás. Com isso, nosso propósito é ampliar nossas reservas, acelerar a implantação de projetos de produção, além de reduzir riscos e custos com aquisição de dados.  

 Um esforço que representa uma verdadeira guinada de eficiência e geração de valor. As metas do CÉOS estão alinhadas, ainda, aos objetivos do programa estratégico RES20, cuja ambição é incorporar uma nova Petrobras em novas reservas nos próximos 10 anos, o equivalente a 20 bilhões de barris de petróleo, aproximadamente todo o volume já produzido pela companhia ao longo de seus 67 anos de história.  

O programa também possui sinergia com os programas PROD1000, que busca reduzir o prazo entre a descoberta e o início da produção de um campo, além EXP100, que tem como objetivo  eliminar a necessidade de perfuração de poços exploratórios para confirmar as descobertas.