Além da redução no consumo, a nova especificação da gasolina pode proporcionar melhora no desempenho do motor, melhor dirigibilidade, menor tempo de resposta na partida a frio e aquecimento adequado e maior proteção aos motores, dependendo do veículo. A nova especificação ainda dificulta a adulteração da gasolina com gasolinas leves de baixa qualidade.
Todos esses são benefícios da nova gasolina comum produzida pela Petrobras. Para você tirar as suas dúvidas, convidamos o Rogério, engenheiro mecânico e especialista em combustível, para esclarecer esses e outros pontos que vem surgindo sobre a nova especificação da gasolina.
Quer ouvir as explicações completas? Veja o video na íntegra com as perguntas e respostas:
Meu carro é mais antigo. Vou perceber alguma diferença?
Os consumidores percebem uma redução do consumo para quase todos os veículos e, tanto os motores mais modernos quanto os mais antigos, podem se beneficiar da nova especificação da gasolina brasileira. Apesar de ter atualizado alguns parâmetros pensando nas novas tecnologias de veículos que estão sendo implantadas no Brasil, os veículos antigos ganham maior proteção para o motor.
É verdade que a redução do consumo tende a ser maior em carros mais modernos porque, em geral, eles possuem sensores eletrônicos e estratégias de mapeamento do motor mais avançadas. Mas, por conta da densidade mínima agora estipulada, os motores mais antigos também alcançam uma melhor eficiência energética. Na prática, isso significa redução no consumo, fazendo você rodar mais quilômetros por litro.
A maior octanagem, que é o valor que indica a qualidade do combustível em relação à detonação, também não prejudica em nada os veículos mais antigos. Pelo contrário: ela dá maior garantia de um funcionamento perfeito, principalmente para os FLEX. A nova especificação permite um funcionamento mais suave, uma melhor dirigibilidade do veículo, menor tempo de resposta na partida a frio, aquecimento adequado e o funcionamento regular em qualquer condição, melhorando as condições para o usuário.
Como vou saber se a gasolina está adulterada?
As gasolinas adulteradas podem danificar o motor. Para evitar que isso aconteça com você, procure abastecer em um posto de confiança e de grande circulação. E para entender a importância da nova especificação da gasolina, precisamos falar da curva de destilação, uma característica físico-química do combustível, medida em laboratório, e que define se a gasolina é mais leve ou mais pesada.
Grande parte das adulterações feitas no Brasil são geradas com produtos leves. O estabelecimento de uma limitação mínima nessa curva, evita que se tenha gasolinas muito leves no mercado. Com isso, fica muito difícil para os fraudadores colocarem produtos que vão diminuir essa característica, tornando o combustível adulterado facilmente identificável pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP).
Mas, e as gasolinas importadas?
A responsabilidade de regulação do segmento de derivados no Brasil é da ANP. O mercado brasileiro continua aberto às gasolinas importadas, assim como às produzidas pelas centrais petroquímicas, agentes formuladores e refinarias nacionais. Todas têm que atender à nova especificação.
Na Petrobras, realizamos controle rigoroso da qualidade das gasolinas que produzimos, garantindo que todos os critérios de especificação sejam atendidos. Porém, outros agentes podem produzir ou importar gasolinas, segmento sobre o qual não temos qualquer ingerência.
E como vocês chegaram nessa nossa especificação? Fizeram testes?
Na verdade, estamos nos antecipando à especificação de octanagem prevista para 2022 e toda a gasolina comum produzida hoje em nossas refinarias tem octanagem mínima de 93 pela metodologia RON.
Os testes que realizamos foram bastante criteriosos e utilizaram padrões adotados internacionalmente. Eles foram feitos com veículos de diferentes tecnologias (injeção multi-point e injeção direta) e comparando duas gasolinas disponíveis no mercado com
densidades distintas.
Os resultados de melhoria de consumo apresentados pela Petrobras foram valores médios, mas é importante ressaltar que, dependendo do motor e da condição de teste, chegou-se a obter uma melhoria do consumo específico de até 17,9% no teste de levantamento de potência.
Mas, e o preço? Vou ter que pagar mais caro por essa gasolina?
O preço do combustível é definido pela cotação no mercado internacional e outras variáveis como valor do barril do petróleo, frete e câmbio. Portanto, esses fatores podem variar para cima ou para baixo e são mais influentes no preço do que o custo adicional de suas características.
Além disso, é importante destacar que a Petrobras é responsável por apenas cerca de 30% do preço final da gasolina nos postos de serviço. As demais parcelas são compostas por tributos, preço do etanol adicionado e margens das distribuidoras e revendedores.
Clique aqui e entenda um pouco melhor como funciona a formação de preços da gasolina.