Viagens no tempo, universos paralelos e um enredo entremeado de causas e consequências – inclusive com resultados improváveis como – pasmem! – uma pessoa sendo antepassada dela mesma. Algumas produções de ficção científica podem demandar alguns neurônios a mais para se entender o que está acontecendo, com vários fatores que se interconectam em diferentes linhas temporais e que precisam ser processados para fazer lógica. E se tá difícil pra gente, com infográficos ou árvores genealógicas que dão aquela ajuda na hora de encaixar tudo, imagina pro Jonas, que não conta com nada que o ajude a processar os dados em sua inseparável capa amarela com capuz.
Assim como na série televisiva, somos bombardeados de informações por todos os lados também na vida real. É uma avalanche constante de dados que temos que analisar para tomar decisões, desde as mais simples, como o que é possível cozinhar com o que tem na geladeira, até as mais complexas, como que investimento fazer ou qual é o direcionamento estratégico que trará maior retorno para o negócio. Mas felizmente contamos com soluções para processar os dados e nos apoiar nessas escolhas.
Do rudimentar à alta tecnologia
Não é de hoje que a humanidade faz uso de diferentes instrumentos para fazer conta, além dos dedos. Tudo indica que começou na Mesopotâmia, há mais de 5500 anos a.C., com uma forma primitiva do ábaco, um instrumento de cálculo que simplifica o ato de somar e subtrair ao dispor pequenas contas em barbantes ou bastões paralelos que representam o sistema decimal. Na medida em que as linguagens escrita e numérica foram evoluindo, o homem começou a registrar e analisar dados em formatos cada vez menos rudimentares, passando de tábuas de argila aos papéis e, por fim, migrando para o universo digital.
E se tem algo que é praticamente infinito quando falamos de digital é a quantidade de dados à disposição. Podemos nos deparar com um montante tão impressionante, dependendo do que quisermos analisar, que uma calculadora ou planilha no Excel nem sempre podem dar conta do recado, mais irreal ainda seria pensar em processar em papel. Desenvolver soluções digitais para cálculos mais complexos se tornou, portanto, essencial para o desenvolvimento de várias indústrias.
Uma jornada pelos bytes
Criamos instrumentos cada vez mais eficientes, capazes de processar dados extremamente complexos numa velocidade que o cérebro humano não dá mais conta de acompanhar. Só que a estrutura física também precisa acompanhar, e tamanho poder de performance deixou de ser suportado pelos computadores normais. Afinal, precisávamos de uma capacidade de processamento adequada para impulsionar a sociedade para o futuro.
Foi assim que construímos nossas ‘máquinas do tempo’, supercomputadores tão potentes que são capazes de processar um alto volume de dados, seja para alcançar o espaço ou para alavancar a produção de óleo e gás natural em águas ultraprofundas. Usamos essas máquinas para processar todo o conhecimento que acumulamos em nossa trajetória de exploração offshore.
A partir da interpretação dos resultados, feita por nossos geólogos e geofísicos, conseguimos, por exemplo, descobrir onde estão e obter uma melhor imagem dos reservatórios do pré-sal. Assim vislumbramos o futuro, guiando hoje nossa decisão sobre onde perfurar poços de forma a otimizar a produção nos anos que virão.
Nossas máquinas do tempo
O nosso supercomputador mais novo, o Atlas, faz jus ao nome grandioso: é o mais bem colocado de toda a América Latina no ranking mundial de computadores de alto desempenho, de acordo com a lista da Top500.org divulgada em junho deste ano. A supermáquina também figura na lista mundial dos maiores em capacidade de processamento, ao lado de outros supercomputadores a nosso serviço, como o nosso Fênix ou equipamentos de universidades brasileiras dedicados a pesquisas de óleo e gás, como o Santos Dumont e o OGBON.
Juntos, esses equipamentos nos permitem processar os dados geofísicos gerados durante as atividades de exploração e de desenvolvimento da produção de óleo de gás. A capacidade de processamento do Atlas e do Fênix combinados, por exemplo, equivale a cerca de 2,5 milhões de smartphones ou de 67 mil notebooks de última geração.
E se desenvolvemos nossas supermáquinas para vislumbrar o futuro, entendemos que também precisamos considerar um outro fator nessa jornada de evolução tecnológica: a sustentabilidade. É por isso que nossos supercomputadores, além da superpotência, possuem atributos ecológicos que os alçaram ao ranking Green500, que reúne os computadores de maior eficiência energética do mundo. Pela primeira vez, equipamentos brasileiros estão entre os cinquenta mais eficientes do planeta, e eles são nossos: o Fênix e o Atlas, em 28 e 32º lugar, respectivamente. No universo da indústria petrolífera mundial, o Fênix avança ainda mais, chegando à quarta posição.
Esses reconhecimentos vêm na sequência de uma série de investimentos, iniciada em 2018, que irá ampliar nossa capacidade de processamento de alto desempenho em dez vezes. O supercomputador Guaricema, dedicado à simulação dos dados gerados nos reservatórios de óleo e gás, também integra essa iniciativa.