Este conteúdo faz parte de uma série que apresenta quatro temas que foram destaque na participação da Petrobras na Offshore Technology Conference (OTC) 2019.
Imagine a exposição ao risco que envolve estar suspenso a cerca de 30 metros de altura em alto-mar para pintar o casco de uma plataforma com 332 metros de comprimento. Uma solução criada – e patenteada – pela Petrobras vai revolucionar a indústria de petróleo para aplicação de pintura em grandes superfícies planas verticais. Batizado de robô de pintura, e apelidado de robô pintor, o novo equipamento trará aumento de produtividade e diminuição de exposição humana ao risco, além de reduzir o desperdício de tinta e melhorar a qualidade do acabamento.
“Um homem pinta 20 metros quadrados por hora, enquanto o robô pinta 300. Além disso, com pintores é preciso montar um andaime, que faz a operação toda levar cerca de 35 dias. Com o robô, o tempo cai para 14 dias” afirma o consultor do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), André Koebsch, um dos inventores do equipamento. O difícil acesso ao local de pintura também provocou o surgimento da solução. “Além da redução do tempo para conclusão do trabalho, diminuiremos a exposição de trabalhadores em áreas de risco, reafirmando o compromisso da companhia com a segurança em nossas operações”, completa o pesquisador.
A motivação para o desenvolvimento de um sistema automatizado para aplicação de pintura em grandes superfícies planas verticais de navios e plataformas vem também resolver um problema que pode inviabilizar a produção de petróleo, causando perdas consideráveis.
No Brasil, os prejuízos anuais causados pela corrosão em estruturas metálicas em geral chegam a 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB). A necessidade de tratamento de superfície e inspeção de pintura não é só uma questão estética, explica André Koebsch.
O robô, que pode pintar uma faixa de 1,2 metros, é composto por cordas e rodas, além de um compressor de ar e transformadores elétricos que cabem em um container. No momento, o projeto está em fase final de validação em um protótipo com características operacionais reais. “Realizamos uma validação de campo no casco da plataforma P-35, mostrando que é possível utilizar o robô não só no navio docado, mas também em operação”, afirma André Koebsch, acrescentando que isso mostra que a operação robotizada é muito menos dependente das condições de mar e, portanto, o potencial de ganho de produtividade será ainda maior do que o observado no teste.
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