Meio Ambiente

Conhecer para preservar: a Década do Oceano

Saiba mais sobre a importância do plâncton e das pesquisas marinhas para a vida dentro e fora das águas

Era uma vez, pequenos organismos que foram capazes de transformar luz solar, água, gás carbônico e minerais em energia para sobreviverem dentro dos oceanos. Há 3 bilhões de anos, organismos que compõe o fitoplâncton realizam esse processo, chamado fotossíntese, e que produz até hoje cerca de 50% a 80% do oxigênio no nosso planeta, permitindo a vida como nós conhecemos.

“A Petrobras desenvolve projetos para aumentar o conhecimento da vida desses organismos em todas as áreas onde atua, pois acredita que é preciso conhecer para preservar o meio ambiente e a vida na Terra”, explica Daniel Leite Moreira, oceanógrafo do Centro de Pesquisas da Petrobras. Há quase 20 anos, atuamos na pesquisa para o conhecimento de ecossistemas na costa brasileira, desde a praia até os 3 mil metros de profundidade. São estudos sobre os aspectos químicos, físicos, geológicos e biológicos dos mares, que somados atingem uma área de 514 mil km².

Hoje em dia o meio ambiente marinho da Bacia de Santos está sendo estudado por quase 300 pesquisadores.

 

Conhecimento compartilhado

De 2021 a 2030, a ONU estabeleceu a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável. Ou, de forma simplificada, apenas a Década do Oceano. O objetivo é conscientizar toda a sociedade sobre a importância dos oceanos e contribuir com a saúde e a preservação dos mares neste e nos próximos anos.

“A região oceânica do Brasil, aquela de águas azuis muito distantes da costa, carece de dados ambientais principalmente pelos altos custos dos navios. Por isso, é decisiva a união de esforços entre Petrobras, IBAMA e ANP para a execução de diversos estudos por pesquisadores de universidades brasileiras, levando-se em consideração que a pesquisa é o meio para se chegar ao conhecimento em si”, detalha Daniel.

Para a realização de projetos integrados de pesquisa dessa magnitude, é necessária uma força-tarefa em favor do conhecimento. Ao longo do tempo, a Petrobras se associou a 62 instituições de pesquisa para o estudo das bacias Potiguar, Sergipe-Alagoas, Espírito Santo, Bacia de Campos e Bacia de Santos. Atualmente, o meio ambiente marinho da Bacia de Santos está sendo estudado por quase 300 pesquisadores.

Exemplares da fauna e flora encontradas na água e no fundo do mar. (Crédito fotos: Prof. Luciano Felício Fernandes - Lab. Ficologia - UFPR).

 

De Santos para o mundo

Atualmente, nossos especialistas estão empenhados no mapeamento da biodiversidade marinha existente na Bacia de Santos, que se estende desde o Rio de Janeiro até Santa Catarina, e onde está localizado grande parte do petróleo do pré-sal. “Na Bacia de Santos, até o momento, foram catalogadas 436 diferentes espécies de fitoplâncton, que são microalgas fotossintetizantes que vivem flutuando nos oceanos.

Temos 30 linhas de pesquisa e inovação em avaliação ambiental, que utilizam técnicas de metagenômica, computação de alto desempenho e machine learning, para citar algumas”. Por metagenômica, podemos entender a análise do DNA extraídos de amostras de sedimentos e água do mar por meio da qual é possível identificar os organismos presentes, comparando-as com bancos de dados genéticos disponíveis em todo o mundo. Essa técnica consegue identificar milhares de outros organismos marinhos que são invisíveis pelas técnicas tradicionais da ciência, descrevendo ainda as suas funções no meio ambiente.

São realizados estudos sobre diversos aspectos relacionados ao oceano.

 

A coleta de dados na Bacia de Santos se iniciou em 2019, com quase 6 meses no mar, a bordo de navios oceanográficos, e quase 6.800 amostras, que seguem sendo analisadas. “Os resultados desses projetos têm caráter inédito, pois a composição química dos sedimentos e da água do mar são estudadas de forma integrada nos diferentes períodos do ano e em ambientes muito profundos, distantes da costa e, por isso, pouco visitados pela ciência.

As correntes oceânicas também são descritas e associadas à biodiversidade nos diversos ecossistemas”, finaliza Daniel. Os projetos viabilizam o desenvolvimento recíproco de conhecimento com ganhos mútuos para a ciência, para as universidades, para os órgãos gestores do meio ambiente, para a Petrobras e, por fim, todo o setor industrial marinho.

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