“Não sei, só sei que foi assim!”
Você com certeza já ouviu essa célebre frase do filme “Auto da Compadecida”, estrelada por nomes como Fernanda Montenegro, Selton Mello e Matheus Nachtergaele. A película retrata de forma cômica as vivências do sertão nordestino e é uma adaptação da obra do autor paraibano Ariano Suassuna.
A vida e obra de Ariano Suassuna: um legado cultural
Nascido em 1927, na cidade de João Pessoa, na Paraíba, Suassuna foi um dos grandes responsáveis por valorizar e difundir a cultura nordestina por meio de suas obras que ganharam o mundo. Lutou contra estereótipos e preconceitos, e mostrou ao Brasil e ao mundo a riqueza e a diversidade cultural do Nordeste. “Não troco meu ‘oxe’ pelo ‘ok’ de ninguém”, brincava o escritor.
O Movimento Armorial: resgatando a identidade nordestina
Suassuna também é conhecido por ser um dos fundadores do Movimento Armorial, uma iniciativa cultural que busca resgatar as raízes e a identidade do nordestino. Através de suas peças teatrais, romances e ensaios, o escritor retratou com maestria a vida e as tradições da região, utilizando-se de elementos como o cordel, a literatura de cordel, o teatro popular e a música regional.
A relação do escritor com o movimento foi de profunda afinidade e colaboração mútua. Sua obra literária, como o famoso "Auto da Compadecida", foi fortemente influenciada pelos princípios do armorial, que defendeu a criação de uma arte erudita a partir das raízes populares. Além disso, Suassuna também participou ativamente das atividades do movimento, promovendo eventos, palestras e debates em prol da valorização da cultura regional.
Inclusive, Ariano é um dos destaques presentes na exposição “Movimento Armorial 50 anos". O projeto reúne 140 obras de artistas da região nordestina e tem para todos os gostos: manifestações de música, dança, literatura, artes plásticas, teatro, cinema e mais. A Petrobras se orgulha de investir em planos como esse que valorizam e resgatam a cultura nacional.
Em 2014, o paraibano nos deixou. Mas seus textos continuam a ecoar nos corações dos nordestinos, inspirando-os a valorizar e preservar sua identidade. Seu legado é uma lembrança constante de que a cultura nordestina é rica e merece ser celebrada. Sua partida deixou um vazio, mas também uma responsabilidade: a de manter viva a chama de sua paixão pela cultura nordestina.
Quer conhecer um pouco mais do escritor?
Conheça as obras de Ariano Suassuna que ganharam as telas
1. "Auto da Compadecida" (1955): Uma das mais famosas peças de teatro de Ariano Suassuna, foi adaptada para a televisão em 1999, em formato de minissérie, e para o cinema em 2000. Dirigido por Guel Arraes, o filme "O Auto da Compadecida" se tornou um grande sucesso, conquistando o público com seu humor nordestino e personagens marcantes, como João Grilo e Chicó.
2. "O Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta" (1971): Esta obra épica de Suassuna foi adaptada para a televisão em 2007, em formato de minissérie. Com direção de Luiz Fernando Carvalho, a produção retratou a história de Dom Pedro Dinis Ferreira, um poeta popular que viveu no sertão do Nordeste e se envolveu em uma série de conflitos.
3. "A Farsa da Boa Preguiça" (1957): Outra peça teatral de sucesso de Ariano Suassuna, foi adaptada para a televisão em 1970 e para o cinema em 1970. A trama gira em torno de uma cidade do interior que é tomada pelo comodismo e pela preguiça, trazendo críticas sociais e políticas.
Essas são apenas algumas das obras de Ariano Suassuna que ganharam versões audiovisuais, mostrando a importância e o impacto do seu trabalho não apenas na literatura, mas também no cinema e na televisão.