A equidade de gênero é uma pauta que tem ganhado cada vez mais espaço, e não é por acaso. Ela é essencial para combater desigualdades e ajudar a construir uma sociedade mais inclusiva e diversa.
Neste conteúdo, você vai entender o que é equidade de gênero, por que ela importa, quais são os principais desafios e como ela pode ser aplicada em diferentes áreas da sociedade — inclusive aqui na Petrobras.
O que é equidade de gênero?
Equidade de gênero é o ato de tratar pessoas de diferentes gêneros de maneira justa e indiscriminatória, considerando suas necessidades específicas. Ela busca reduzir as desigualdades históricas que ainda existem no mercado de trabalho, no esporte, na política e em outras áreas, enfrentadas especialmente por pessoas do gênero feminino.
A equidade é para todos, mas, na prática, quando existe desigualdade entre gêneros, geralmente são as mulheres que acabam sendo excluídas ou colocadas em situação de desvantagem.
Mas, para ser realmente justa, é importante que a equidade de gênero também seja válida para identidades que não se encaixam nas categorias “binárias” de sexo masculino ou feminino, como as de pessoas transexuais, intersexuais ou agênero.
Qual é a diferença entre igualdade e equidade de gênero?
A igualdade de gênero consiste em tratar todas as pessoas de forma igual, com os mesmos recursos e oportunidades. Já a equidade de gênero reconhece que possam existir diferenças entre os gêneros — especialmente históricas e sociais — e busca garantir ganhos e responsabilidades justas para cada um.
Um exemplo de igualdade de gênero no ambiente de trabalho é permitir que pessoas de todos os gêneros participem de um processo seletivo com os mesmos critérios. Já um exemplo de equidade de gênero é priorizar a contratação de mulheres em setores historicamente considerados “masculinos”, especialmente em cargos de liderança, para reduzir as desigualdades.
Nas palavras da UNESCO: “equidade é um meio, igualdade é o resultado.”
Qual é a importância da equidade de gênero?
A equidade de gênero é importante para todo mundo, inclusive para o desenvolvimento dos países e das empresas. Quando entendemos onde estão as desigualdades, podemos criar novas políticas e oportunidades que ajudem a construir uma sociedade mais justa.
Quer um exemplo? Em 2024, a ONU estimou que investimentos em educação, planejamento familiar e salários igualitários poderiam tirar mais de 100 milhões de mulheres e meninas da pobreza.
Equidade de gênero no Brasil e no mundo
Em 2020, o relatório World Gender Gap (em inglês) estimou que, se continuarmos no ritmo atual, a igualdade entre gêneros só seria alcançada em 99,5 anos. Para que a gente não precise esperar até 2119, a equidade de gênero busca agilizar isso.
Mas, apesar dos avanços, ainda existem desafios para alcançar ela no Brasil e no mundo.
Principais desafios
Diferença salarial: em 2024, as mulheres brasileiras recebiam em média 20,7% menos que homens nos mesmos cargos em empresas com mais de 100 funcionários. (Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego)
Baixa representação política: em 2025, apenas 27% das vagas para deputados no mundo são ocupadas por mulheres — a boa notícia é que em 1995 esse número era de apenas 11,3%. (Fonte: UIP - União Interparlamentar)
Menos acesso a cargos de liderança: um estudo de 2024 do IBGE apontou que mais mulheres do que homens haviam concluído o ensino superior (21,3% contra 16,8%), mas a maioria dos cargos de gerência ainda eram ocupados por homens (60,7%). (Fonte: IBGE)
Menos tempo e mais responsabilidades: em 2019, as mulheres dedicaram, em média, quase o dobro do tempo que os homens aos cuidados domésticos ou de pessoas. (Fonte: IBGE)
É importante notar que muitos desses e outros desafios são intensificados para alguns grupos sociais, como mulheres negras ou mulheres trans. Por isso, a equidade de gênero caminha lado a lado com outras pautas sociais importantes, como a equidade racial e a inclusão de pessoas LGBTQIA+.
Exemplos de equidade de gênero
A equidade de gênero pode ser aplicada em diferentes áreas da sociedade. Veja alguns exemplos práticos.
No trabalho
É importante que as empresas entendam o papel delas na busca por um mundo mais equitativo. Políticas como salários igualitários, programas de mentoria voltados para o desenvolvimento de lideranças femininas e criação de ambientes seguros e inclusivos são caminhos possíveis e essenciais. Todas essas iniciativas já são feitas pela Petrobras.
A equidade no trabalho também pode começar antes mesmo da contratação. A revisão de processos seletivos para priorizar ou facilitar a contratação de grupos historicamente excluídos, como mulheres, pessoas negras ou indígenas, também podem ajudar a reduzir as desigualdades, ampliar as oportunidades e incentivar um ambiente mais diverso.
Para promover a equidade de gênero na educação, é necessário garantir que todas as pessoas tenham acesso às mesmas oportunidades de aprendizado — respeitando suas necessidades específicas, claro.
Também é importante formar educadores que ajudem a combater estereótipos de gênero comuns nas salas de aula. Esses estereótipos podem influenciar nas aspirações profissionais, nos papeis de cada grupo nas atividades escolares ou afetar sua autoconfiança. Entre eles:
Tratar liderança como algo natural nos meninos;
Associar ciências exatas aos meninos e ciências humanas às meninas;
Usar exemplos didáticos apenas com figuras profissionais ou de poder masculinas.
Evitar esses estereótipos e promover a equidade ajudam a construir um ambiente escolar mais justo, no qual todas as pessoas possam aprender, se desenvolver e sonhar com o futuro em condições de igualdade.
Você sabia que as mulheres foram proibidas de jogar futebol por décadas? Isso ajudou a fazer com que o futebol feminino não se tornasse tão popular e, como consequência, muitas pessoas até hoje veem o esporte como algo para homens. Hoje em dia, jogadoras brasileiras, como Marta e Cristiane, provam que o investimento no futebol feminino pode ajudar a criar novos talentos, públicos e conquistas.
E isso vale para todos os esportes. Imagine só: quantas estrelas do basquete deixaram de existir por falta de incentivo? Os cursos de capacitação, incluindo as famosas “escolhinhas”, são essenciais para criar uma base de atletas e torcedoras desde cedo.
Para promover a inclusão nos esportes, também é importante criar ambientes seguros e representativos para as mulheres — para quem quer praticar e para quem só quer assistir.
Parte do Time Petrobras, a judoca Bia Souza mostrou a importância — e a alegria — de investir no esporte feminino e trouxe o Ouro Olímpico para casa. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Como a Petrobras promove a equidade de gênero?
Estamos comprometidos com a promoção da equidade de gênero em todas as nossas operações. Veja como fazemos isso.
No nosso trabalho
Nosso compromisso é construir um ambiente de trabalho inclusivo, seguro e com maior representatividade feminina em cargos de liderança. Entre as iniciativas que colocamos em prática, estão:
Salários igualitários entre diferentes gêneros e etnias.
Programa de Mentoria para Liderança Feminina.
Carga de trabalho reduzida em até 2h para mães lactantes durante o primeiro ano de vida da criança.
Licença-maternidade e licença-paternidade estendidas.
Também sabemos que é fundamental fortalecer o protagonismo de mulheres em situação de vulnerabilidade por meio de oportunidades de formação profissional e geração de renda. Por isso, nas diferentes regiões do Brasil, apoiamos projetos sociais e ambientais voltados especificamente para mulheres. Entre eles:
Projeto Mão na Massa: realizado pelo Instituto Protetor dos Pobres e Crianças Abrigo Maria Imaculada (IPPCAMI), o projeto qualifica profissionalmente mulheres para atuarem na construção civil — setor historicamente considerado como masculino.
Rede Solidária de Mulheres do Sergipe: desenvolvida pela Associação das Catadoras de Mangaba e Indiaroba (ASCAMAI), a ajuda a comunidade tradicional de catadoras de mangaba com atividades sustentáveis, de capacitação e ajuda na venda dos produtos.
Mulheres participantes da Rede Solidária de Mulheres do Sergipe, projeto patrocinado pela Petrobras.
No esporte brasileiro
Transformamos a energia do esporte em um instrumento de transformação social e inclusão, e apoiamos diferentes iniciativas que incentivam a presença feminina e promovem a equidade de gênero. Entre elas:
Time Petrobras: apoiamos atletas de diferentes gêneros, modalidades e competências por meio de patrocínios e de projetos sociais.
Caravana Petrobras: um projeto criado em parceria com o SESI e a Federação Paulista de Futebol (FPF) para incentivar meninas a se desenvolverem no futebol.
Apoio ao futebol feminino: patrocinamos grandes competições do futebol feminino brasileiro, como o Taça Paulistana Feminina Petrobras.
Jogo da Copinha Feminina de futebol. Foto de Renato Pizzutto, Agência Paulistão.
Quer saber tudo o que estamos fazendo para ajudar a criar um mundo mais justo, igualitário e sustentável?
