Tecnologia

A Nova Fronteira da Impressão 3D

Conheça o potencial dessa tecnologia para a indústria de energia

Da medicina à indústria automobilística, a versatilidade da impressão 3D não tem limites: parece saída de um mundo futurista que vai além do que a imaginação pode conceber. Não é exagerado afirmar que a tecnologia é capaz de fabricar qualquer objeto. De robôs a próteses, ossos humanos e implantes, passando por casas a alimentos, as impressoras 3D produzem um vasto leque de artefatos funcionais, infinitamente mais baratos que os convencionais. E num caminho de evolução surpreendente, a tecnologia já vem sendo aplicada aos poucos – e com sucesso - na indústria de energia.

Nesse movimento, cientistas do nosso Centro de Pesquisas (Cenpes) e profissionais da Petrobras no Espírito Santo - que trabalham a bordo da plataforma P-58, no campo de Jubarte, na Bacia de Campos - vêm se dedicando a aproveitar todo o potencial que essa inovação pode oferecer. Seja para imprimir protótipos de robôs, seja para operar complexas unidades de produção em alto-mar, estamos extraindo o máximo de valor da impressão 3D.

Imagine a seguinte situação: você é um operador de uma plataforma de petróleo e gás e, num trabalho de rotina, identificou a necessidade de reposição de uma determinada peça da unidade. Por mais simples que seja, ela é fundamental para a operação. O que fazer? A solução pode ser mais rápida do que se pensa:

“Podemos imprimir a peça a bordo da plataforma e termos a reposição praticamente imediata. Ganhamos autonomia, agilidade, além de maior previsibilidade eredução de tempo de logística”, ressaltou o supervisor Marcos Fabio Rissatto Pereira, que vem trabalhando na operação da primeira impressora 3D a bordo de um sistema de produção da companhia.

 

Mas como a impressora 3D funciona?

O processo é simples: primeiro é feito um desenho técnico do objeto, que, em seguida, é transmitido para o software da impressora. Ela recebe a matéria-prima e replica a peça. No caso de componentes que já tenham as especificações dadas pelo fornecedor, os modelos em 3D já são entregues, eliminando a necessidade do desenho.

“Muitas vezes a peça é barata, mas o fabricante é de fora do país e não faz a venda separada, mas o componente todo”, exemplifica Marcos Fabio, acrescentando outra grande questão: a logística. “Um grande benefício da impressão 3D a bordo é justamente diminuir a quantidade de pessoas envolvidas no processo de aquisição. Estar isolado em uma plataforma, no meio do oceano, é um grande problema quando precisamos de uma peça rapidamente. Ela é simples e barata, mas não chega com a agilidade necessária”, explica ele.

 

Impressão 3D para robótica offshore

A impressão 3D também vem sendo utilizada para desenvolvimento de peças de protótipos de nossos robôs usados em operações offshore. Para fazer um protótipo, os custos são menores quando comparados aos métodos tradicionais como a usinagem. Quando se trata de testes em robótica, é preciso considerar os ajustes que serão necessários no projeto.

“Peças de robôs são muito pequenas, exigem alta precisão e não podem ser fabricadas em qualquer lugar. Por isso, ganhamos muito quando fazemos uma peça em plástico com impressão 3D para testes antes de chegarmos à versão final”, afirma o pesquisador Maurício Galassi.

Ele cita, como exemplo, que uma parte pequena de um robô pode ter aproximadamente 70 peças. Testá-las previamente, portanto, é mais rápido e barato. “Se erro na fabricação, perco de dois a três meses e posso ter um grande atraso no projeto, enquanto na impressão 3D resolvo tudo em apenas três dias”, explica o pesquisador.

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