Cerrado brasileiro: conheça o bioma que tem a savana mais rica do mundo
Descubra espécies do Cerrado, como funciona o ciclo ecológico que mantém essa biodiversidade viva e também o que estamos fazendo para protegê-la.
A biodiversidade do Cerrado no Parque Nacional da Serra da Canastra é protegida pelo projeto Canastra Viva, apoiado por nós.
Imagine só um lugar que acolhe mais de 5% da biodiversidade de todo o planeta. Ele existe e fica localizado bem aqui, no coração do Brasil. Estamos falando do segundo maior bioma da América do Sul, atrás apenas da Amazônia: o Cerrado brasileiro.
Mais do que um cenário bonito e diverso, com milhares de espécies únicas de fauna e flora, o Cerrado é uma peça fundamental para manter o equilíbrio ecológico dos outros biomas brasileiros. E é claro que nós estamos fazendo nossa parte para manter essa riqueza toda viva, por meio de projetos como o “Onde a Onça Bebe Água” e a iniciativa Floresta Viva.
Conheça mais sobre o Cerrado e como estamos ajudando na sua conservação.
O que é o Cerrado?
O Cerrado é um bioma brasileiro conhecido principalmente por seus campos abertos, árvores retorcidas e nascentes cristalinas. Com quase 2 milhões de km2 de extensão (IBGE, 2019), ele ocupa aproximadamente 23,3% do território nacional.
O bioma também é chamado de “berço das águas” ou “coração das águas” por ter nascentes das três maiores bacias hidrográficas do continente: a do Tocantins-Araguaia, a do São Francisco e a do Prata. O aquífero Guarani, o segundo maior aquífero conhecido do mundo, também tem cerca da metade de sua área dentro do Cerrado.
Descubra um pouco mais sobre o Cerrado, conheça algumas das suas espécies e quem está protegendo esse bioma:
Quais são as principais características do Cerrado?
Com um clima predominantemente tropical úmido, o Cerrado brasileiro tem estações de seca e de chuva bem definidas. Depois de um verão chuvoso, o bioma passa por um período de estiagem que dura aproximadamente cinco meses. Para se ter uma ideia, a umidade do ar nos meses de seca tem níveis parecidos com os de regiões desérticas!
Onde fica o Cerrado brasileiro?
O Cerrado passa por áreas de todas as regiões brasileiras, presente no Distrito Federal e em 12 estados brasileiros: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Rondônia, Pará, Bahia, Piauí, Maranhão, Minas Gerais, São Paulo e Paraná.
Quais são as espécies do Cerrado?
Existem cerca de 320 mil espécies de animais e quase 13 mil espécies de vegetação nativa catalogadas no Cerrado brasileiro, adaptadas para o clima marcado pelos períodos de seca e de chuva.
Desses animais, menos de 1% é formado por espécies vertebradas — ou seja, o bioma é dominado por vírus, insetos, fungos e um número menor de espécies de outros grupos.
Quais são os principais animais do Cerrado?
- Lobo-guará (Chrysocyon brachyurus);
- Onça-pintada (Panthera onca);
- Tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla);
- Veado-campeiro (Ozotoceros bezoarticus);
- Lagarto-de-rabo-azul (Micrablepharus atticolus);
- Tatu-canastra (Priodontes maximus).
O número de espécies de abelhas também é destaque no Cerrado, e pode ser até duas vezes maior do que na Amazônia. Entre elas, estão as abelhas Uruçu Amarela do Cerrado (Melipona rufiventris Lepeletier), a Abelha Mandaguari [Scaptotrigona postica (Latreille)] e a Schwarziana chapadensis Melo, que hoje só é identificada na Chapada dos Veadeiros.
Quais são as principais plantas do Cerrado?
O Cerrado brasileiro é a savana com a biodiversidade mais rica do mundo, e não é à toda: mais de ⅓ das plantas do Cerrado só existem nesse bioma. Além da savana, o bioma também tem florestas e formações campestres.
Por lá, podem ser encontradas espécies como:
- Pequi (Caryocar brasiliense);
- Buriti (Mauritia flexuosa);
- Mangaba (Hancornia speciosa);
- Bacupari (Salacia crassifolia);
- Cajuzinho do cerrado (Anacardium humile).
E você sabia que algumas espécies do Cerrado dependem do fogo para sobreviver? Para falar a verdade, o bioma é desse jeito atualmente devido às queimadas. Mas calma aí: isso não significa que devemos fazer ou autorizar queimadas por lá! Na prática, existem dois tipos de queimadas que podem ser benéficas para a biodiversidade da região:
- Queimadas naturais: acontecem quando raios caem nas vegetações secas, especialmente nos longos períodos de estiagem.
- “Manejo integrado do fogo”: é uma técnica usada por unidades de conservação para iniciar propositalmente um fogo controlado, evitando que ele se alastre, e criando um ambiente propício para espécies específicas.
O que é ciclo ecológico e por que ele é importante para o Cerrado?
Ciclo ecológico é um processo natural que mantém viva a biodiversidade dos biomas, como o Cerrado. Nele, a energia e os nutrientes são transferidos entre a natureza e seres vivos, garantindo o equilíbrio do ecossistema.
Quer um exemplo? O Cerrado brasileiro depende da umidade que vem principalmente da Amazônia, e, em troca, suas árvores recarregam importantes aquíferos que distribuem águas para todo o Brasil. Confira um exemplo de como funciona o ciclo ecológico:
- Árvores com raízes profundas, como o Ipê Amarelo do Cerrado, captam água e ajudam a recarregar aquíferos importantes.
- Animais que se alimentam de folhas e frutos espalham sementes pelo caminho.
- Animais carnívoros e onívoros se alimentam de pequenos animais e também de frutas, como o pequi.
- Cupins e fungos decompõem restos de plantas e animais, devolvendo nutrientes ao solo. Vírus, fungos e insetos representam mais de 90% das espécies de fauna do Cerrado!
- As plantas do bioma absorvem CO₂ e liberam oxigênio, mantendo o equilíbrio do ecossistema.
Outro exemplo prático do ciclo ecológico no Cerrado é a importância da onça-pintada para o bioma: por ser carnívora, ela ajuda a regular a população de animais herbívoros e, por consequência, evita a degradação da vegetação na região. A onça-pintada, inclusive, é uma das principais espécies protegidas por nós no Cerrado brasileiro, por meio de projetos apoiados.
Como a Petrobras ajuda a proteger o Cerrado?
A gente acredita que o desenvolvimento sustentável deve andar lado a lado com o respeito ao modo de vida das comunidades tradicionais, que já vivem no Cerrado há décadas. Para isso, apoiamos diversos projetos de conservação e recuperação de áreas degradadas e de flora e fauna, sempre atuando junto com a população.
Um dos principais projetos apoiados por nós no Cerrado é o “Onde a Onça Bebe Água”, que ajuda na preservação de diversas espécies, como a própria onça-pintada e o lobo-guará, e também de unidades de conservação do Cerrado, como o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
Em parceria com os pequenos produtores, o projeto também implementa o meio de produção de alimentos mais sustentável que existe: os Sistemas Agroflorestais (chamados de SAF). Esse modelo regenera o meio ambiente, combate o desmatamento e ainda promove a segurança hídrica.
Na prática, os SAF funcionam assim: a plantação de hortaliças, árvores frutíferas e outros alimentos, como a mandioca, recuperam o solo da região, trazem mais espécies de animais e também aumentam a renda dos produtores envolvidos. Todos ganham: a natureza, os animais e as pessoas.
Reflorestamento e recuperação de florestas com Floresta Viva
Também apoiamos a iniciativa Floresta Viva, do BNDES, para restaurar florestas e outras vegetações em todos os biomas brasileiros, com o plantio de espécies nativas. Além de contribuir para a preservação da biodiversidade local, a iniciativa também ajuda a melhorar o microclima das regiões, tornar recursos hídricos disponíveis, reduzir a erosão do solo e gerar empregos e renda para os moradores locais.
O edital “Corredores de Biodiversidade”, lançado em 2023, tem o objetivo de apoiar projetos de restauração ecológica em corredores de biodiversidade para conservação do Cerrado e do Pantanal.
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