Sísmica 4D: tecnologia para enxergar abaixo do fundo do mar
Com tecnologia, a Petrobras consegue enxergar a mais de sete mil metros de profundidade, abaixo do fundo do mar. Conheça tudo sobre a sísmica 4D!
Sala de visualização sísmica 4D no Edifício Marechal Adhemar de Queiroz - EDISE. Fonte: BIP
Nem magia, nem visão de raio X: conheça a sísmica 4D, tecnologia que nos permite descobrir o que existe bem abaixo do mar.
Desde a supervisão do Super-Homem até a espada justiceira dos Thundercats, são muitas as representações na ficção da vontade do ser humano de conseguir ver mais longe e melhor. Pois bem, e se a gente disser que o Cenpes, nosso centro de pesquisas, fez isso se tornar realidade?
Imagine conseguir enxergar através da matéria ou ver para além do fundo do mar, conseguindo distinguir coisas a mais de 7 mil metros de profundidade. Se você achou isso fascinante, então vai ficar bem impressionado com ela, a sísmica 4D.
O que é a sísmica 4D?
A sísmica nasce da união entre o infrassom — uma versão mais lenta do ultrassom, que serve para ver o que está debaixo do chão — e o sismógrafo, uma ferramenta utilizada para medir e registrar tremores de terra.
O infrassom é uma versão mais lenta do ultrassom e também funciona de maneira semelhante a ele: um tipo específico de onda sonora, capaz de atravessar objetos sólidos, é enviado em uma direção e, de acordo com o “eco” que ela gera ao ser refletido em alguma superfície, é possível criar uma espécie de imagem. Dessa forma, pode-se entender não apenas onde cada coisa está, mas também do que aquela superfície é feita.
Ou seja, ainda que seja usada para enxergar através de água, pedras e até camadas de sal, a ideia por trás da sísmica tem muito menos a ver com a visão de raio x do Super-Homem e muito mais com o sentido de ultrassom do super-herói Demolidor — ou de um morcego normal —, que permite que, com sua audição acima da média, ele possa localizar as coisas apenas pela maneira como o som “rebate” no ambiente ao seu redor.
A sísmica 4D é, hoje, uma ciência tão bem desenvolvida que nos permite encontrar óleo e gás em um litoral com mais de 3,5 milhões de km², o equivalente a uma área maior do que a Índia!
Como funciona essa tal de sísmica 4D?
De maneira resumida, o processo funciona com um navio na superfície da água que gera o infrassom, projetando ondas capazes de atravessar objetos na direção do fundo do oceano. Quando essas ondas chegam lá, uma parte vai “refletir”, batendo e voltando na direção do navio, enquanto outra parte vai atravessar em direção a camadas mais fundas.
Dessa parte que atravessou, uma parte vai bater e voltar na próxima camada de terra, enquanto outra vai atravessar, e assim sucessivamente. Conforme todas essas ondas vão retornando ao navio, é possível calcular — pelo tempo que elas demoraram — a altura, o comprimento e a profundidade de cada camada e do que, provavelmente, ela é feita, construindo uma imagem digital do reservatório.
Quer entender como é que essa tecnologia tão complexa funciona na prática? A gente mostra! O canal Manual do Mundo, em parceria com a Petrobras, fez um vídeo explicando não só como funciona a sísmica 4D no dia a dia, mas também falando sobre o pré-sal e outros aspectos da nossa ciência!
Qual é a diferença entre as sísmicas 4D e 3D?
No final dos anos 1980, a tecnologia exploratória evoluiu com o formato 3D, desenvolvido na nossa Bacia de Campos. Como o nome já indica, a sísmica 3D nos permitia usar ondas sonoras para formar “mapas” do solo com as três dimensões já citadas aqui: altura, comprimento e profundidade.
Com a sísmica 4D, tecnologia também desenvolvida e patenteada por nós, conseguimos trabalhar com mais uma dimensão: o tempo. Ao comparar duas imagens obtidas em momentos diferentes, conseguimos identificar as mudanças que possam ter ocorrido no local e que sinalizam, por exemplo, movimentações de reservas de óleo e gás.
Além da sísmica 4D, quais outras tecnologias a Petrobras usa no pré-sal?
A sísmica 4D é apenas uma das muitas inovações tecnológicas que desenvolvemos aqui, na Petrobras, e que usamos nos campos de pré-sal para oferecer ao Brasil a energia que ele precisa. Também é por lá que temos o maior programa de captura, uso e armazenamento de CO2 do mundo, que reduz as emissões de gases de efeito estufa e aumenta a produtividade dos poços de petróleo.
Mas talvez você se pergunte: por que investir em tecnologias para produzir petróleo no pré-sal? Qual é a diferença, afinal de contas? É porque assim conseguimos gerar mais energia e menos impactos ao meio ambiente. Para se ter uma ideia, nossos poços de petróleo no pré-sal são altamente produtivos e também têm a menor emissão de poluentes do setor, até 70% menor do que a média mundial!
Se usamos a sísmica 4D para enxergar além do solo marítimo, é também com ajuda dela e de outras tecnologias que conseguimos enxergar novas oportunidades para o futuro da nossa energia. E convidamos você a fazer o mesmo.
Venha com a gente descobrir tudo sobre o pré-sal e as tecnologias utilizadas em um mergulho interativo em águas ultraprofundas, de 7.000 metros de profundidade!
Leia também
Escolha um Canal:
Navegue nas Seções:
Acessibilidade
Idioma:
Selecione um idioma: