7 autores negros que você precisa conhecer

Saiba mais sobre os escritores que moldam a narrativa literária brasileira e mundial e trazem à tona questões de identidade, racismo e luta por igualdade.

Atualizado em 25/08/2025

Postado em 12/12/2023

Texto copiado!

Dos pioneiros aos atuais, listamos nomes que se destacaram na missão de escrever e contribuíram de maneira singular para a construção da cultura brasileira. Reunimos diversos gêneros literários para oferecer opções para todos os gostos. Será que você já leu um desses?

1. Machado de Assis (1839-1908)

Foto de Machado de Assis em preto e branco, escritor negro é um dos maiores da língua portuguesa.
Machado de Assis é um dos maiores nomes da literatura brasileira de todos os tempos.

Um dos maiores escritores brasileiros, Machado nasceu em 1839 e deixou um legado de obras consagradas, como "Memórias Póstumas de Brás Cubas" e "Dom Casmurro". Sua escrita é marcada pela ironia e crítica social, abordando temas como amor, traição e decadência da sociedade. O escritor foi o fundador da Academia Brasileira de Letras e seu primeiro presidente. Além de sua obra literária, Machado tinha algumas curiosidades interessantes. Ele era um ávido leitor, tendo uma biblioteca pessoal com mais de 2.500 livros. Também foi um grande fã de Shakespeare, traduzindo algumas de suas obras para o português.

2. Conceição Evaristo (1946-presente)

Escritora Conceição Evaristo em palestra, autora negra.
Conceição Evaristo é um dos nomes mais importantes da literatura brasileira contemporânea.

Nascida em 1946 em uma favela de Belo Horizonte, Minas Gerais, a escritora brasileira aborda em seus textos questões como racismo, machismo e desigualdade social, dando voz e visibilidade às histórias e experiências do povo negro. Uma das suas obras mais conhecidas é o livro "Ponciá Vicêncio", publicado em 2003, que narra a trajetória de uma mulher negra em busca de sua identidade e liberdade. Além disso, Evaristo também é autora de outros livros, como "Becos da Memória", "Olhos d'água" e "Insubmissas lágrimas de mulheres". Antes de se dedicar inteiramente à escrita, Conceição foi empregada doméstica. Sua experiência como mulher negra e sua vivência nas periferias do Brasil influenciam fortemente sua escrita, tornando-a uma voz fundamental na literatura brasileira contemporânea.

3. Toni Morrison (1931-2019)

Escritora Toni Morrison com folhas na mão.
Toni Morrison foi a primeira mulher negra a receber o Nobel de Literatura.

Considerada uma das maiores escritoras americanas, Toni Morrison foi a primeira mulher negra a receber o Prêmio Nobel de Literatura. Toni Morrison, cujo nome de nascimento era Chloe Ardelia Wofford, nasceu em Ohio, nos Estados Unidos. Sua obra é marcada pela exploração de temas como racismo, identidade e memória, com uma escrita poética e profundamente impactante. Além de sua carreira literária, Morrison também trabalhou como editora na Random House, onde foi pioneira na publicação de autores negros. Sua contribuição para a literatura e para a visibilidade das vozes negras é inestimável, tornando-a uma figura icônica da literatura contemporânea. Suas obras, como "Amada" e "O Olho Mais Azul", abordam a experiência negra nos Estados Unidos.

4. Djamila Ribeiro (1980-presente)

A autora negra Djamila Ribeiro está em frente à um cenário verde palestrando.
Além de escritora, Djamila Ribeiro é mestra em Filosofia Política.

Djamila Ribeiro é uma escritora, filósofa e ativista brasileira, nascida em 1980 em Santos, São Paulo. Reconhecida por sua atuação na defesa dos direitos das mulheres negras, ela é autora de obras como "Quem tem medo do feminismo negro?" e "Pequeno manual antirracista". Ribeiro também é colunista de importantes veículos de comunicação e uma voz influente nas discussões sobre raça, gênero e desigualdade no Brasil. Além de seu trabalho como escritora, ela é mestra em Filosofia Política e atua como professora e palestrante. Sua trajetória e contribuição para a literatura e o ativismo são fundamentais para a luta por uma sociedade mais justa e igualitária.

5. Carolina Maria de Jesus (1914-1977)

Carolina Maria de Jesus, escritora negra, em retrato de 1960.
Carolina Maria de Jesus teve livros traduzidos para diversos países.

Com uma história marcada pela superação de adversidades,  a escritora viveu em extrema pobreza e foi catadora de papel. Em 1960, seu livro "Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada" foi publicado e se tornou um sucesso, sendo traduzido para diversos idiomas. A obra retrata a dura realidade da vida nas favelas, abordando questões como racismo, desigualdade e exclusão social. Carolina Maria de Jesus foi uma das primeiras escritoras negras a ganhar destaque no cenário literário brasileiro, sendo uma voz importante na luta por justiça social e igualdade.

6. Maria Firmina dos Reis (1822-1917)

É considerada a primeira autora brasileira. Maranhense, era professora na pequena cidade de Guimarães, onde lecionou por 25 anos. Em 1880, abriu uma sala de aula mista defendendo igualdade na educação de homens e mulheres. No entanto, foi fechada pouco tempo depois. Era reconhecida como poeta em sua comunidade e publicou diversos poemas na imprensa maranhense. Também é autora de Úrsula, primeiro romance abolicionista brasileiro. O livro apresentou personagens negros pela primeira vez na literatura brasileira e denunciou a violência da sociedade escrevagista.

7. Ana Maria Gonçalves (1970-presente)

Ana Maria Gonçalves segurando um caderno enquanto faz palestra.
Ana Maria Gonçalves foi a primeira mulher negra eleita para a Academia Brasileira de Letras.

Ana Maria Gonçalves é a primeira imortal negra da Academia Brasileira de Letras (ABL). A conquista aconteceu 128 anos após a fundação da instituição, em julho de 2025. É, ainda, a mais jovem do quadro atual da ABL, com 55 anos. A escritora também dedica-se à dramaturgia e roteiros. Uma das peças autorais em parceria com Grace Passô, “O caminho que vai dar aqui (2019)”, destaca a trajetória do artista negro Itamar Assumpção. Mineira de Ibiá, escreveu escreveu o primeiro livro, “Ao lado e à margem do que sentes por mim”, na Ilha de Itaparica, na Bahia, onde isolou-se por seis meses após deixar a agência de publicidade em que trabalhava. A obra foi lançada de forma independente em 2002.

Mas o maior sucesso de Ana Maria Gonçalves chegou às livrarias em 2006. “Um defeito de cor” além de eleito livro do século pela Folha de S. Paulo, venceu o prêmio Casa de Las Américas, em Cuba, no ano de 2007. A obra conta, em cartas, a história de Kehinde, uma africana sequestrada na infância para ser escravizada no Brasil. “Um defeito de cor” também tornou-se exposição com co-curadoria da autora. A mostra foi eleita a melhor do ano de 2022.

Conheça mais pessoas importantes na história negra

A exemplo do livro “Um defeito de cor”, o filme nacional Malês, dirigido por Antônio Pitanga e patrocinado por nós, também apresenta personalidades e partes da história negra pouco conhecidas da população. 

A obra mostra a revolta dos Malês, levante que ocorreu em 1835 em Salvador. Além da história do movimento, o filme aborda temas como racismo extremo e intolerância religiosa. O filme já foi exibido em universidades americanas como Harvard e Princeton, onde há estudiosos da história brasileira.

Gostou? Aproveite para descobrir ainda mais sobre as vozes negras na literatura e toda sua expressividade em celebrar a diversidade e a resistência.

Texto copiado!
Notas
;

Leia também

Link da Notícia Cartola Feminino: mais espaço e visibilidade para o futebol das nossas craques
Três telas mostrando as seleções de futebol feminino, com as jogadoras escaladas.
Sustentabilidade
Cartola Feminino: mais espaço e visibilidade para o futebol das nossas craques
post type icon
Artigo
3 min
Link da Notícia Um reality show do fundo do mar — mas sem eliminar ninguém!
Fotografia de um coral bambu no fundo do mar.
Sustentabilidade
Um reality show do fundo do mar — mas sem eliminar ninguém!
post type icon
Artigo
5 min
Link da Notícia Descubra cinco curiosidades sobre as festas de São João
A influenciadora Amora Mota sorri, apoiada em uma janela com cortinas estampadas. Ela usa chapéu de palha e suéter rosa, e ao seu lado há uma escultura de barro de uma mulher.A influenciadora Amora Mota sorri, apoiada em uma janela com cortinas estampadas. Ela usa chapéu de palha e suéter rosa, e ao seu lado há uma escultura de barro de uma mulher.
Sustentabilidade
Descubra cinco curiosidades sobre as festas de São João
post type icon
Artigo
5 min
Link da Notícia Equidade de gênero ou igualdade de gênero? Descubra a diferença e como promovemos
Mulher com uniforme laranja da Petrobras dentro de um laboratório. Ela usa óculos de proteção.
Sustentabilidade
Equidade de gênero ou igualdade de gênero? Descubra a diferença e como promovemos
post type icon
Artigo
10 min
Link da Notícia Time Petrobras: unido pela energia do esporte
Duas fotos lado à lado. À esquerda, um homem e uma mulher correm com uniforme do Time Petrobras. À direita, outro homem pratica arco e flecha com uniforme do Time Petrobras.
Sustentabilidade
Time Petrobras: unido pela energia do esporte
post type icon
Infográfico
5 min
Link da Notícia 9 rounds de curiosidades sobre o boxe
Uma atleta posa para a câmera com os dois punhos cerrados, em uma posição de boxe, usando uniforme do Time Petrobras.
Sustentabilidade
9 rounds de curiosidades sobre o boxe
post type icon
Artigo
3 min
Link da Notícia 7 curiosidades pra você nadar de braçada na maratona aquática
Uma atleta sorri para a câmera usando uniforme do Time Petrobras.
Sustentabilidade
7 curiosidades pra você nadar de braçada na maratona aquática
post type icon
Artigo
2 min
Link da Notícia Triatlo: um esporte que nasceu para testar os limites do corpo humano
Uma atleta sorri usando uniforme do Time Petrobras e capacete.
Sustentabilidade
Triatlo: um esporte que nasceu para testar os limites do corpo humano
post type icon
Artigo
5 min