Perfil de emissões e energia dos países do G20
Navegue nos gráficos sobre emissões e energia do G20. Precisamos entender o consumo de energia e seus impactos no mundo para viabilizar uma transição energética.
Países de todo o mundo estão se mobilizando para promover uma transição energética justa para as pessoas e o meio ambiente.
O Brasil vive um momento de grande responsabilidade e protagonismo ao ocupar a presidência do G20, em 2024, e sediar a COP30, em 2025. Durante o mandato da presidência do G20, o Brasil é responsável por organizar mais de 100 reuniões de grupos de trabalho e cerca de 20 reuniões ministeriais, culminando com a Cúpula de Chefes de Governo e Estado no Rio de Janeiro, entre os 2 dias do evento.
O G20, formado por 19 países e a União Europeia, representa cerca de 85% do PIB mundial, 75% do comércio internacional e 2/3 da população mundial. Desde sua criação em 1999, o grupo tem sido um fórum crucial para discussões sobre estabilidade econômica global e, mais recentemente, sobre desenvolvimento sustentável e mudanças climáticas.
O Grupo dos Vinte (G20) nasceu após uma sequência de crises econômicas mundiais. Em 1999, países industrializados criaram um fórum para debater questões financeiras. Em 2008, no auge de mais uma crise, o grupo teve a primeira reunião de cúpula com chefes de Estado e, desde então, não parou de crescer no âmbito das discussões sobre estabilidade econômica global.
O G20 é formado por África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coréia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia, União Europeia e União Africana, que recebeu status de membro na Cúpula em 2023.
Na função de presidente do G20, o governo brasileiro lançou três principais eixos para sua presidência do G20: o combate à fome, à pobreza e à desigualdade; as três dimensões do desenvolvimento sustentável (econômico, social e ambiental); e a reforma da governança global.
A importância do G20 para o desafio energético
O G20 desempenha um papel fundamental no enfrentamento do desafio energético global. Promover uma transição energética justa e buscar estratégias para enfrentar a mudança do clima são tarefas globais, necessárias e urgentes, que envolvem governos, setor produtivo e financeiro, bem como a própria sociedade. A ação coordenada e pragmática dos atores é essencial, pois a escala e a complexidade da transição energética demandarão prazo e investimentos significativos.
Para caminharmos juntos em direção a uma transição energética justa e inclusiva, é crucial entender o comportamento e o perfil do consumo de energia e sua relação com as emissões de gases de efeito estufa. Isso envolve uma visão do mundo hoje e de como isso mudou ao longo do tempo, com foco nas principais economias do mundo, o G20.
Insumos para refletir sobre a transição energética
Para enriquecer ainda mais essas discussões, disponibilizamos uma ferramenta interativa de gráficos que permite explorar dados sobre a evolução do consumo de energia e das emissões de gases de efeito estufa do G20. Esta ferramenta possibilita uma diversidade de análises e reflexões sobre como as principais economias do mundo são parte do desafio e das soluções em direção à transição energética justa e inclusiva, e ao cumprimento dos objetivos do Acordo de Paris.
Acessar ferramenta interativa de gráficos →
Navegando pela ferramenta, você poderá verificar que o Brasil apresenta uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo, com participação de fontes renováveis sendo próxima da metade na nossa oferta interna de energia. Além disso, o perfil de emissões do Brasil é bastante distinto, onde a maior parte das nossas emissões vem de mudanças de uso da terra e florestas (LULUCF) e agropecuária. Por outro lado, a maior parte dos demais países do G20 possuem setores energéticos que contribuem de forma mais significativa para as suas emissões nacionais de gases de efeito estufa. Isso é explicado, em grande medida, pelo fato de que suas matrizes energéticas são mais dependentes de combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão, por exemplo.
Marcos históricos de mobilização sobre clima
A trajetória das discussões sobre o desenvolvimento econômico e social, aliado à preservação ambiental e ao equilíbrio climático é marcada por marcos históricos importantes.
Rio 92
Um grande marco da mobilização multilateral em relação à mudança do clima foi a realização da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992, a Rio 92. Representantes de 179 países consolidaram uma agenda global para minimizar os problemas ambientais mundiais. O conceito de desenvolvimento sustentável vinha se fortalecendo, buscando um modelo de crescimento econômico e social aliado à preservação ambiental e ao equilíbrio climático em todo o planeta.
COP - Conferência das Partes
Durante a Rio 92, foi constituída a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), tendo como principal foro de negociações a Conferência das Partes (Conference of the Parties, COP), que se realiza anualmente. A Convenção estabeleceu como seu principal objetivo estabilizar as concentrações de gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera em um nível que impeça uma interferência da ação humana perigosa no sistema climático global.
Protocolo de Quioto
O primeiro tratado que estabeleceu metas quantificáveis para enfrentar o aquecimento global foi o Protocolo de Quioto, criado em 1997, na Terceira Conferência das Partes (COP3) da Convenção do Clima, ocorrida na cidade de Quioto, Japão. O Protocolo entrou em vigor no ano de 2005. No contexto da responsabilidade histórica dos países ricos pela mudança climática, o Protocolo definiu metas de redução de emissões para os países desenvolvidos e os que, à época, estavam em transição para uma economia de mercado.
Para o seu primeiro período de compromisso, os 38 países industrializados se comprometeram a reduzir suas emissões em 5,2%, em média, até 2012, em comparação com os níveis de 1990. Em 2012, as emissões dos países industrializados caíram 20% em relação aos níveis de 1990. No mesmo período, contudo, as emissões globais aumentaram cerca de 38%, pois as emissões do Anexo I representavam apenas cerca de 25% das emissões globais.
COP15 em Copenhague
Em 2009, na COP15, em Copenhague, na Dinamarca, os países Partes da Convenção concordaram que a elevação da temperatura em 2°C em relação à era pré-industrial é o limite máximo de segurança para o planeta. Esse limite foi considerado um limiar crítico acima do qual ocorrerão efeitos perigosos e em cascata das alterações climáticas geradas pelo homem, conforme consenso e alerta da comunidade científica internacional.
A COP15 foi um momento crucial para reafirmar o compromisso global com a mitigação das mudanças climáticas e estabelecer uma visão compartilhada sobre a necessidade de limitar o aquecimento global. Embora não tenha resultado em um acordo vinculante, a conferência destacou a urgência de ações coordenadas e ambiciosas para enfrentar os desafios climáticos.
Acordo de Paris
No ano de 2015, na COP21, em Paris, foi assinado o Acordo de Paris, que entrou em vigor em 2016, substituindo o Protocolo de Quioto. O Acordo de Paris apresenta como compromisso principal manter, até o final deste século, o aumento da temperatura média global em menos de 2°C acima dos níveis pré-industriais e de envidar esforços para limitar esse aumento da temperatura em até 1,5°C.
Diferentemente do Protocolo de Quioto, que apresentava metas somente para os países desenvolvidos, o Acordo de Paris estabelece compromissos vinculantes para todos os países, cobrindo cerca de 95% da emissão global de gases de efeito estufa. O principal instrumento do Acordo de Paris é a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), onde os países devem construir os seus próprios compromissos de redução de emissões de GEE, seguindo o que cada governo considera viável a partir do seu cenário social e econômico local.
COP30 no Brasil
Já a COP30, a ocorrer em 2025, será sediada pelo Brasil, em Belém do Pará. uma metrópole no coração da floresta amazônica, o que lhe confere um caráter emblemático, e será uma grande oportunidade para o Brasil assumir o ativo florestal com uma vocação, atrelando a solução ambiental ao desenvolvimento humano. Entre as expectativas para a COP30, estão o acordo sobre indicadores das metas de adaptação, o alinhamento do financiamento público e privado para as ações climáticas, bem como avanços na regulamentação do mercado de carbono. Uma grande entrega esperada para a COP30 é a apresentação da revisão das NDCs de todos os países, de forma mais ambiciosa, de modo a cumprir com os objetivos do Acordo de Paris.
Diferentemente dos marcos históricos das negociações e acordos multilaterais em relação à mudança do clima, que não provocam efeitos imediatos nas emissões globais, e sim a longo prazo, as crises econômicas provocam efeitos imediatos e visíveis nas emissões de gases de efeito estufa no mundo. A crise econômica de 2008 e a pandemia da COVID 19 são marcos econômicos de forte e imediato impacto nas emissões.
A nova ferramenta interativa de gráficos é um recurso valioso para entender melhor essas dinâmicas e contribuir para as discussões sobre o clima e o desenvolvimento sustentável. Experimente e veja quais histórias você pode contar sobre a evolução do consumo de energia e das emissões de gases de efeito estufa do G20.
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