Tecnologia

Como mini drones serão aliados em atividades submarinas

Conheça a nova geração de mini drones submarinos que fará a diferença em operações de monitoramento e inspeção

Você sabia que o uso de drones, tão popularizados pela indústria de entretenimento, não se limita ao espaço aéreo? E que uma nova geração de drones - em sua versão submarina e bem mais compacta - pode ser uma grande aliada da indústria de petróleo offshore? 
Foi pensando nisso que nossos cientistas do Centro de Pesquisas e Inovação da Petrobras (Cenpes) foram em busca do desenvolvimento de mini drones, especialmente projetados para inspeções complexas e atividades de risco em águas rasas. Além de aliar ganhos em segurança de trabalho e em produtividade, a tecnologia gera uma economia de até 90% nos custos da operação em relação aos veículos submarinos tradicionais. 

Drones não são novidade no setor de petróleo e gás, como é o caso dos ROVs (ou Veículos Operados Remotamente - da sigla em inglês Remotely Operated Vehicle), amplamente utilizados pelas petroleiras. O diferencial dos novos drones é o tamanho reduzido, além da maior mobilidade: podem ser lançados diretamente da própria plataforma – e não apenas de uma embarcação de apoio - e são facilmente operados ou movimentados no ambiente offshore.   

Os novos equipamentos já começaram a ser testados nas plataformas P-47 e P-52, instaladas na Bacia de Campos. A expectativa é que não só reduzam o risco de acidentes, como também liberem a presença humana para funções mais especializadas. Os aparelhos estão sendo utilizados para operar em águas rasas, de até 300 metros de profundidade, em ambientes submetidos a fortes correntezas. 
A entrada desses mini drones na companhia integra o chamado “Programa Petrobras Sinergia Diverless”, que tem como meta a redução de acidentes nas atividades offshore, levando em conta que o mergulho é uma das operações de maior risco dentro da companhia. A tecnologia é fruto de parceria da Petrobras com as empresas Geosaker e BRS Robótica. 

 

Robótica e tecnologia de sensoriamento 

A tecnologia envolve robótica e sensoriamento (podem ser equipados com sensores para captação de dados que serão usados para monitoramento da integridade dos equipamentos), mas os drones não são autônomos. Eles respondem a comandos enviados por um operador que da superfície controla o veículo. É esperado que os operadores tenham experiência com ROVs de grande porte e esse olhar especializado é um grande diferencial entre os profissionais do mercado.   

“A preocupação com a redução da exposição ao risco dos profissionais foi o que sempre gerou toda essa movimentação em torno da tecnologia diverless e é o grande motor para focarmos agora nos drones. O mergulho humano, sobretudo o raso, perto das unidades, plataformas e sondas, gera risco e com os drones submarinos deixaremos de expor o mergulhador”, explica o engenheiro do Cenpes, Carlos Speglich.   

“Na nossa realidade, é natural que os mergulhadores se tornarem operadores de ROVs. Eles migram para o universo diverless e ganham uma nova profissão. E é muito bom que um operador de ROV tenha tido experiência como mergulhador porque traz uma grande experiência consigo, o que no dia a dia vai nos ajudar a entender melhor a dinâmica desse novo ambiente”, afirma o engenheiro Pedro Damascena.  
 

Testes e desafio  

Os drones serão usados em operações de inspeção para gerenciar a integridade dos equipamentos submarinos. O nível de corrosão, por exemplo, pode ser um dos itens a serem checados a partir de informações coletadas pelos drones. O objetivo dos testes é avaliar como os pequenos veículos submarinos irão se comportar em uma região do mar onde a influência da correnteza é muito grande, além de apontar as ferramentas que precisarão ser desenvolvidas para a realização das mais variadas tarefas. 
“Lá no fundo, a cerca de mil e quinhentos, dois mil metros de profundidade, a gente tem menos influência da correnteza. Já no raso, temos, além da correnteza, o balanço da plataforma, e essa junção de fatores é um grande desafio para realização de atividades com ROV que exijam a intervenção na plataforma, como para apertar parafusos, por exemplo”, afirma Pedro. 
 

Futuro Diverless  

O principal ganho do movimento diverless dentro da Petrobras é em aspetos de segurança do trabalho. Porém, é preciso considerar que o drone submarino é capaz de trabalhar ininterruptamente por um longo período, podendo ficar dias submersos sem necessidade de voltar à superfície, ao contrário do mergulho humano que observa limites muito rígidos de operação para garantir a segurança.  

Conforme destacaram Damascena e Speglich, ainda não foram superados todos os desafios, mas já sabemos aonde queremos chegar a bordo dos nossos grandes e pequenos ROVs: a um futuro 100% diverless. 

“Estamos vencendo uma barreira de cada vez. Estamos desenvolvendo e trazendo tecnologias para dentro da companhia. Quando atingirmos, com os veículos submarinos, a destreza que o homem tem em trabalhar com peças pequenas em lâminas d’água rasas, teremos o cenário propício para operações sem risco, totalmente diverless”, antecipa Carlos. 

Crédito da imagem: Geosaker, parceira da Petrobras no projeto.

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