Peixe mero: maior garoupa do Atlântico é termômetro de saúde ambiental

O peixe mero pode atingir até 400 quilos e mais de dois metros de comprimento. Apesar disso, está em extinção. Veja o que está sendo feito para salvá-lo!

Atualizado em 15/10/2025

Postado em 15/10/2025

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No oceano Atlântico há uma figura imponente, um gigante gentil que, apesar de sua grandiosidade, luta pela sobrevivência: o peixe mero, também conhecido como senhor das pedras. Mais do que um morador interessante, o mero é um termômetro sobre a saúde da natureza. 

Mergulhe conosco nesta jornada para desvendar os segredos do mero, as ameaças que enfrenta e os esforços para garantir que esse gigante dos mares continue a nadar por muitas gerações.

Peixe mero: um gigante dos mares ameaçado de extinção

Pense em um peixão que até parece ter saído das histórias de pescador. O mero é um desses, pode chegar a pesar 400 quilos e atingir até dois metros e meio de comprimento. Todos nascem fêmeas e, após a primeira reprodução, uma parte dos meros tornam-se machos. 

Apesar de ser um gigante, é dócil e curioso. Mesmo sendo um peixão, está ameaçado de extinção. 

Eles vivem no Oceano Atlântico, mas antes de chegar ao alto mar o habitat deles é o mangue.

Os meros são indicadores de saúde ambiental

Os meros só sobrevivem em ambientes com um bom nível de preservação ambiental. Ou seja, onde tem mero, é sinal de que a natureza está preservada. Se eles são encontrados em quantidades menores, é um aviso.

Manguezal: berçário dos meros

Antes de ganharem os mares, o habitat dos meros são os manguezais. Eles passam a infância e juventude, digamos assim, no mangue. 

A partir do momento que podem se reproduzir, entre 5 e 8 anos, eles partem para o mar aberto. Lá, eles se reproduzem apenas no verão, de dezembro a março. Ou seja, é pouco tempo para povoarem os mares e mangues. Nos últimos anos, a população da espécie diminuiu 80%.

Como preservar os meros?

Há leis e projetos em prol dos meros.

Pesca proibida

A pesca, transporte e comercialização dos meros é proibida desde 2002, o que já é um início na preservação desses animais, mas, infelizmente, não é suficiente para garantir a recuperação plena das suas populações.

Conscientização, pesquisa e recuperação

Quando um grupo de pescadores percebeu que a presença dos meros estava diminuindo, um grupo de pesquisadores de garoupas criou o Meros do Brasil, um projeto de preservação da espécie apoiado pela Petrobras.

O maior objetivo é criar uma rede de indivíduos e organizações dedicadas à preservação e restauração dos meros, bem como dos ecossistemas marinhos e costeiros do Brasil. 

No campo científico, duas linhas de pesquisa são centrais: 

  • Genética forense: análise para entender se o mero está sendo vendido como se fosse outra espécie. O objetivo é combater a comercialização ilegal. 
  • Genética populacional: um estudo para entender as diferentes populações dos  meros. Na prática, os pesquisadores analisam se há diferenças entre um mero capturado no Nordeste ou um que foi pego no Sudeste, por exemplo.

Esse trabalho só é possível graças à colaboração de pescadores, que se tornam parceiros ativos na conservação, liberando os peixes quando capturados e ajudando a conscientizar outros.

O projeto Meros do Brasil está presente em 1500 quilômetros, em 37 municípios brasileiros, abrangendo nove municípios. Desde a fundação, mais de mil meros foram monitorados. O Meros do Brasil também já envolveu mais de 50 mil pessoas em ações de conscientização e reduziu significativamente as capturas acidentais em áreas protegidas. Nós somos os principais patrocinadores do projeto.

Preservação dos mangues e oceanos

Um habitat preservado é fundamental para os meros, pois eles só sobrevivem em ambientes saudáveis. Por isso, tanto a recuperação de mangues quanto de oceanos é essencial para aumentar a população desse peixe. O Meros do Brasil também tem ações de preservação desses ecossistemas. Há medidas de proteção implementadas em mais de 100 quilômetros de habitat pelo projeto. 

O Meros do Brasil está alinhada ao ODS 14 (Objetivo de Sustentabilidade) e às metas da Década do Oceano: 

  1. Um oceano limpo;
  2. Um oceano saudável e resiliente;
  3. Um oceano previsível;
  4. Um oceano seguro;
  5. Um oceano produtivo e explorado de forma sustentável;
  6. Um oceano transparente e acessível;
  7. Um oceano conhecido e valorizado por todas e todos.

Veja também: Vida no fundo do mar: confira esse reality show

Se encante ainda mais com os meros

Embarcamos em uma jornada no Espírito Santo com o objetivo de explorar o fascinante mundo dos meros. Dê o play e permita-se ser cativado pela majestade do senhor das pedras, revelando um espetáculo inesquecível da natureza marinha!

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